Os Enfermeiros, apesar de muito exaustos, continuam muito envolvidos com o trabalho e desejam permanecer na profissão...
Primeira replicação em Portugal, incluindo ambas as Regiões Autónomas
(RA): 2013/2014 (2235 participantes, apenas internamento
médico-cirúrgico nos hospitais);
Segunda replicação em Portugal:
2017/2018 (5075 participantes, igualmente incluindo as RA, em todos os
contextos, assim distribuídos: Hospitais (72,6%); Centros de Saúde
(20,9%); Cuidados Continuados e “Lares” (4,4%).
Principais resultados preliminares, ontem apresentados na UCP, em Lisboa:
- Os Enfermeiros, apesar de muito exaustos, continuam moderadamente
satisfeitos, confiam nos cuidados que prestam, descrevem a qualidade e
segurança dos cuidados com sendo Bons, permanecem muito envolvidos com o
trabalho (Engaged) e desejam permanecer na profissão.
Todavia, persistem aspectos menos positivos, designadamente:
• Ambientes de Trabalho pouco favoráveis;
• Baixa Cultura Organizacional relativa à Segurança;
• Incipiente adequação de Recursos Humanos e Materiais;
• Elevados níveis de Burnout, particularmente na dimensão Exaustão
Emocional e de Turnover (Intensão de Abandonar o Local de Trabalho);
• Insatisfação laboral, especialmente em relação ao Salário (mais de 90%) e Oportunidades de Progressão (86,3%);
• Elevadas cargas de trabalho (em média, mais de 8 doentes por Enfermeiro);
• Elevada prevalência de alguns Incidentes (com Utentes e Enfermeiros),
de Cuidados deixados, por falta de tempo, por fazer e de realização de
“Tarefas” que não de Enfermagem (ex: Atender telefonemas, tarefas
burocráticas).
Em conclusão:
- Alguns aspectos positivos
relativamente à qualidade e segurança dos cuidados e recomendação da sua
organização em caso de necessidade de cuidados, não obstante os
ambientes de prática pouco favoráveis;
- Adequação de Recursos
Humanos e Materiais, Participação na Governação das Organizações e
Gestão, Liderança e Suporte aos Enfermeiros incipientes;
- Grande variabilidade regional e organizacional em muitos dos indicadores estudados;
- Piores índices nos contextos de internamento, em geral, e quando
comparados com os resultados anteriores (2013/14), no mesmo tipo de
serviços (médico-cirúrgicos);
- Ausência de relação ou existência de
associação negativa desfavorável em alguns dos indicadores estudados
(ex: adequação de recursos humanos e materiais, burnout, engagement…)
com a referência de a organização estar ou não Acreditada para a
Qualidade;
- Enfermeiros estes que, apesar de muito exaustos,
continuam moderadamente satisfeitos, muito envolvidos com o trabalho e
desejam permanecer na profissão.
Próximos passos:
- Devolução dos dados comparativos a cada organização participante, de modo confidencial;
- Recolha de Dados dos Utentes – Satisfação/Experiência, Dependência em
Cuidados de Enfermagem e Resumos Administrativos de Alta;
- Aprofundamento da Análise dos Dados;
- Estudo dos Ambientes de Prática dos Enfermeiros-Gestores;
- Realização de estudos parcelares, nacionais e internacionais;
- Publicação de resultados.
Um Muito Obrigado a todos pela Vossa prestimosa colaboração!
Élvio H. Jesus